sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

intervalos asfixiantes




Dissipam-se as horas neste penoso e compassado esvair,
onde o tempo jaz nos resíduos da saudade em combustão…
Árdua a travessia do deserto que meus passos teimam seguir,
percorrendo os vórtices profundos destes caminhos de solidão…


Prostro-me diante desta infame e agoniante ampulheta,
onde escorrem torpes fragmentos em intervalos asfixiantes…
Imploro veemente aos querubins que soprem a subtil trombeta,
estilhaçando este vil relógio em opacos cristais dilacerantes…


Afastam-se os murmúrios dos espectros na noite cerrada,
onde a delicada bruma me afaga em neblinas misteriosas…
Entrego-me de corpo e alma ao resplandecer da madrugada,
flutuando perpétuamente em tuas etéreas asas majestosas…

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