Dissipam-se as horas neste penoso e compassado esvair, onde o tempo jaz nos resíduos da saudade em combustão… Árdua a travessia do deserto que meus passos teimam seguir, percorrendo os vórtices profundos destes caminhos de solidão…
Prostro-me diante desta infame e agoniante ampulheta, onde escorrem torpes fragmentos em intervalos asfixiantes… Imploro veemente aos querubins que soprem a subtil trombeta, estilhaçando este vil relógio em opacos cristais dilacerantes…
Afastam-se os murmúrios dos espectros na noite cerrada, onde a delicada bruma me afaga em neblinas misteriosas… Entrego-me de corpo e alma ao resplandecer da madrugada, flutuando perpétuamente em tuas etéreas asas majestosas…
Sem comentários:
Enviar um comentário